Roll the dices

"é um menino" ( 1 de julho de 1993 - 18h03)
Primeiro choro de revolta de uma prisão/crescimento que apenas ao fim de 9 meses terminou, muitos foram os pontapés, e as noites sem querer comer só para que me vissem.
Hoje 22 anos após aquele momento, corro vales e montanhas a procura de um abrigo, quebro limites que não saberia ter, faço a música aos pássaros para que nenhum deles se engane na melodia, e sento-me num poiso a lamentar as correntes que tenho atadas aos pés através de palavras e gestos de todos aqueles que me ajudam a criar o jogo que é a vida onde tento não perder.
 Crio mil e uma aventuras como quem sonha. Faço-me em mil e um pedaços para poder ajudar na esperança que o karma, esse que existe por aí, um dia me venha retribuir.
 Resta-me levantar, tomar banho e recomeçar mais um dia, mais uma jogada , laço os dados e apenas espero que a sorte esteja do meu lado.

letras perdidas

  A alguns dias que ando para escrever aquela carta que tanto guardo no meu coração sem nunca me esquecer de uma vírgula, ponto ou parágrafo. 

  Mas isto era até eu ter adormecido naquela noite de inverno algures na cidade. Desde então tudo se foi e não me consigo lembrar de toda a carta...apenas me recordo de um pouco que começara assim... 

"Exmo.(a) sr.(a)

 Venho por este meio agradecer todo o carinho que me dás em cada momento que estamos juntos, contudo sinto que está para breve a hora do adeus, e como tal, não me quero ir embora sem deixar bem explícito o meu agradecimento por tudo, bem como um convite para uma visita assim que for possível.

 Conta-se pelos dedos as palavras; ações; carinhos; etc... mas sem nunca ter em conta o tamanho do teu enorme coração ..."

Apenas me resta deitar e descansar até que um dia me recorde do que realmente falta nesta carta e assim poderei pegar nela, reescrevê-la e entregar ao destinatário.