Papel que ouves tudo o que lamento não ter feito ou feito, mas mal, peço-te que me deixes desenhar apenas mais umas palavras...
"Hoje escrevo para te dizer o quanto és especial para mim, o quanto me afogo no teu mar de palavras carinhosas, o quanto adormeço abraçado ao teu olhar, o quanto me aconchego nos teus cabelos lisos e macios, como seda. Deixa-me dizer mais uma vez o quanto eu gosto da tua companhia, o quanto eu adoro desenhar as curvas do meu pensar nas tuas palavras. Escrever sem que a tinta acabe e o desejo de que ficou algo por dizer vença!
Hoje, hoje vou te deixar ir como diz o ditado... hoje vou desenhar ainda mais até que não reste nenhuma zona de branco vazio, não quero que fique nada por dizer. Já disse tudo!"
Pego por ti pelo braço, dando voltas como uma bailarina danças ao sabor do vento, e junto-te a metade. Faço questão de te ver rodopiar e dançar mais umas vezes ...E, quando dou por mim, dei-te o que sentia, libertei os movimentos e crias-te em ti o padrão de pensamentos que existe em mim. Crias-te uma harmonia caligráfica que nunca pensei existir.
É hora de seguires o teu rumo de barco e terminares o provérbio, que ainda navega ao sabor do vento...
